Santa Cruz sai atrás, mas busca o empate em 1 a 1 com o Serra Talhada

O Santa Cruz entrou em campo, neste domingo, com uma carga elevadíssima de pressão. Incomum para uma partida diante de uma equipe do interior. Logo nos minutos iniciais do jogo contra o Serra Talhada, no estádio Nildo Pereira, o nervosismo tomou conta dos corais. Erros de passes e de posicionamento deixavam às claras a ansiedade. Devido à derrota em casa para o Chã Grande na rodada passada, além de recentes atuações marcadas por apresentações inconstantes, o Tricolor precisou jogar para evitar que uma crise se instaurasse no Arruda. Estava também em cheque a possível demissão do técnico Marcelo Martelotte.

Após começar perdendo, o empate em 1 a 1 acabou saindo de bom grado para o Mais Querido. O treinador, no entanto, continua sob a desconfiança da torcida e há quem diga que o seu cargo está ainda por um triz. As más condições do gramado do Pereirão não poderiam servir como desculpa para uma derrota dos recifenses. Mas o fato é que a grama prejudicou mais o time da capital. Afinal, a responsabilidade maior do triunfo recaia sobre os corais. Os visitantes tinham a obrigação de ganhar e precisavam chegar à barra do goleiro Carlos a todo custo. O campo, e também, claro, as próprias limitações dos tricolores, tornavam o Santa Cruz uma presa fácil.

O Serra, por outro lado, não se aproveitava dos diversos erros do adversário com a bola no chão. Mas o time mandante conseguiu chegar ao gol. Através de uma cobrança de falta. Do meio da rua, aos 26 minutos do primeiro tempo, a zagueiro Alex Costa acertou o canto direito de Tiago Cardoso: 1 a 0. A partir daí, o Cangaceiro cresceu no jogo. Esboçou cerca de dez minutos de sequenciadas investidas. Chegou perto de ampliar ao acertar o travessão. Flávio Caça-Rato tentou o empate quando a "poeira" baixou. Porém, novamente, pecou na finalização depois de ficar cara a cara com o goleiro rival. Nos últimos quinze minutos da etapa inicial, a equipe coral partiu de vez para cima. Desordenadamente. Em vão.

Segundo tempo
Na hora do intervalo, Martelotte saiu de campo debaixo de vais e gritos de "burro". Retornou sem fazer alterações na equipe. Apenas a velha conversa no vestiário. De nada adiantou. Já no início da etapa final do jogo, o Serra Talhada se mostrou disposto a fazer o segundo. Teve duas boas chances, de novo, com bola parada. O comandante coral, então, viu-se obrigado a mudar. Ainda mais diante dos protestos das arquibancadas. Tirou o zagueiro César e colocou o lateral-direito Nininho, deslocando Everton Sena para a zaga.

Quando fez o simples, a equipe reagiu. Em um contra-ataque construído de forma rápida, Flávio Caça-Rato entrou na grande área e chutou rasteiro. Carlos ainda tentou defender, amorteceu a bola, mas não impediu que ela entrasse no fundo das redes: 1 a 1. O gol despertou o Tricolor. Na sequência, a partida ficou aberta. Lá e cá. Aos 45, Dênis Marques teve a oportunidade de virar. Cheio de preciosismo, preferiu driblar o zagueiro ao invés de chutar, foi travado e deixou de fazer o gol. Quando soou o apito, mais vaias para Martelotte.

Serra Talhada
Carlos; Rogério, Alex Costa, Negretti (Cristiano) e Ranieri; Júnior Negrão, Anderson (Otacílio), Enercino e Kássio; Bebeto
(Jamesson) e Júnior Ferrim. Técnico: Pedro Manta.

Santa Cruz
Tiago Cardoso; Everton Sena, César (Nininho) Vágner e Patrick; Anderson Pedra, Sandro Manoel, Léo (Caio Tavera) e Jefferson
Maranhão; Flávio Caça-Rato (Danilo Santos) e Dênis Marques. Técnico: Marcelo Martelotte.

Estádio: Nildo Pereira (Serra Talhada-PE)
Árbitro: Cláudio Mercante-PE
Assistentes: Clóvis Amaral e Marcelino Castro, ambos de Pernambuco
Gols: Alex Costa (Serra, aos 26 do 1T); Flávio Caça-Rato (Santa Cruz, aos 21 do 2T)
Cartões amarelos: Jefferson Maranhão, Vágner e Everton Sena (Santa Cruz); Kássio e Cristiano (Serra Talhada)