Sucessão no Santa Cruz repleta de denúncias

A briga política do Santa Cruz pode se transformar em caso de polícia. Assim sugeriram os dois lados envolvidos em uma nova polêmica. O médico Adriano Gomes Ferreira, conselheiro há quase dois anos da atual gestão, denunciou uma falsa assinatura em seu nome de um termo de compromisso de apoio ao candidato da oposição, Joaquim Bezerra. “É algo muito sério. Um crime de falsidade ideológica”, acusou Adriano. O postulante à presidência do clube revidou: “Se ele tem prova, que vá a uma delegacia para prestar queixa. Eu vou fazer um negócio para me prejudicar? Isso foram os ‘pilantras’ que plantaram.” Não é o primeiro, tampouco vai ser o último imbróglio antes das eleições, marcadas para 7 de dezembro, daqui a nove dias. Manchas recorrentes a cada pleito.

Joaquim Bezerra apresentou, semana passada, uma lista com 101 conselheiros. O mínimo exigido é de cem: 50 efetivos e 50 suplentes. Adriano Gomes Ferreira aparece tanto na relação de Antônio Luiz Neto (candidato à reeleição), quanto na do grupo opositor. “Um amigo, funcionário do clube, ligou, porque estranhou a presença do meu nome junto a Joaquim Bezerra. Já estava quase me crucificando, pois sabe da minha amizade com Antônio Luiz Neto. Daí, fui checar”, afirmou Adriano, antes de comentar sobre a constatação do erro. “Verifiquei o termo. O número do CPF estava correto, mas o da identidade estava errado. E, para minha surpresa, não era minha assinatura. Era falsa, nada a ver com a minha”, denunciou.

Adriano não procurou uma delegacia. Por enquanto, deixa nas mãos do departamento jurídico do Santa Cruz. O candidato da oposição entregou, ontem, uma nova lista de conselheiros. Naturalmente, sem Adriano Gomes Ferreira. A primeira relação teve duplicidade de nomes. “Já corrigimos o problema e entregamos um novo documento, com 50 efetivos e 50 suplentes. Mas o engraçado é que só a chapa da gente é conferida”, insinuou Joaquim Bezerra.


Silêncio
O candidato da oposição se reuniu, ontem à noite, com os membros da campanha para avaliar estratégias e discutir alguns processos, como a denúncia feita pelo grupo à chapa da situação, sobre uma suposta manipulação da lista de sócios. Segundo Joaquim, a atual gestão fraudou a relação, com irregularidades como colocar nomes de novos associados (sem aptidão para votar). Antônio Luiz Neto prefere silenciar diante dos “disparos”. O atual presidente reúne, hoje, lideranças e torcedores (qualquer pessoa pode comparecer, ao custo de R$ 60) para um jantar de apoio em um restaurante do bairro do Derby.