Santa Cruz não sai do 0 a 0 com o Central e torcida chama Zé Teodoro de "burro"

Pela primeira vez em mais de um ano à frente do Santa Cruz, o técnico Zé Teodoro ouviu uma gigantesca vaia da torcida tricolor. Muito mais do que o insosso empate em 0 a 0 com o Central, no Arruda, a massa coral não gostou do fraco futebol do time e das alterações realizadas pelo treinador, que chegou a ser chamado de "burro" quando preteriu a entrada de Léo a Jefferson Maranhão. Mais vaias também quando Carlinhos Bala voltou a vestir a camisa tricolor em casa. Clima ruim, que terá que ser apagado no clássico contra o Náutico, no próximo sábado.

O primeiro tempo foi daqueles de dar sono no torcedor. Enquanto o Santa Cruz até tentava criar alguma situação de perigo, o Central se preocupava exclusivamente em destruir as jogadas do Tricolor. E como destruir é mais fácil do que contruir, prevaleceu o objetivo da Patativa. Inoperante, o ataque coral chamou mais atenção por um cena cômica do que pelas jogadas de perigo. Aos 35 minutos, por exemplo, Flávio Caça-Rato teve a melhor chance do Santa. Depois do escanteio, a bola sobrou livre para ele, quicando, de frente para o gol. Era só acertar a bomba e correr para o abraço. Caça-Rato chutou o vento e deu um giro de 360°. Teve quem desse gargalhada. Mas também quem chorasse com o bizarro lance.

A Patativa fez pior. Passou os 46 minutos da etapa inicial fazendo falta. Foram, por baixo, 15. Três cartões amarelos. Nenhum chute à meta de Tiago Cardoso. Poderia ter sido diferente, se o árbitro Ricardo Tavares tivesse asssinalado uma possível penalidade de Arroz em cima de Pimenta, aos 37 minutos. A falta acabou assinalada na risca da grande área. Pelo lado coral, apenas Natan se esforçava para tirar o zero do placar. Em vão. Até ele, o "melhor" em campo, errava muitos passes. Seguiam a regra Luciano Henrique, Branquinho e Caça-Rato. As vaias no apito final não foram a toa.

O "puxão de orelhas" da torcida fez efeito. Logo na volta para o segundo tempo, o técncio Zé Teodoro fez duas mudanças no time. Carlinhos Bala e Renatinho entraram nas vagas de Branquinho e Dutra, respectivamente. Quando o nome de Bala foi anunciado e ele entrou em campo, a torcida coral se dividiu em um misto de vaias e aplausos ao atacante. Apesar das mudanças a primeira grande chance foi do Central, que voltou mais organizado na etapa final. Eduardo Arroz errou o passe e Lenílson avançou pela livre esquerda até ficar de frente com Tiago Cardoso e mandar uma bomba para grande defesa do "paredão" tricolor.

Percebendo o adversário mais perigoso, Zé Teodoro resolveu mexer de novo no time. E aí veio a surpresa da noite. Aplausos e, em seguida, vaias para o treinador coral. Tudo porque ele chamou Léo e depois desistiu da mudança, optando por Jefferson Maranhão. A torcida não gostou e teve quem chamasse o técnico de "burro". Aos 21 minutos, o zagueiro Ricardo Pursino foi expulso por falta em Caça-Rato. Mesmo com a vantagem numérica, quem chegou mais perto do gol foi a Patativa. Aos 35, Waldison entrou na área e mandou na trave. Silêncio e alívio no Arruda. Ao fim do jogo, mais vaias. Muitas e com seu quê de razão.

Ficha técnica

Santa Cruz 0
Tiago Cardoso; Eduardo Arroz, Leandro Souza, André Oliveira e Dutra (Renatinho); Anderson Pedra, Memo, Luciano Henrique e Natan (Jefferson Maranhão); Flávio Caça-Rato e Branquinho (Carlinhos Bala).
Técnico: Zé Teodoro.

Central 0
Helder; Paulo César, Voltolini e Rircardo Pursino; Romero, Cleber (Diego Góes), Fernando Voltoline, Lenilson, Thiago Silva (Wagner Manso) e Jean Batista; Pimenta (Waldison).
Técnico: Alemão

Local: Arruda. Árbitro: Ricardo Tavares. Assistentes: Pedro Wanderley e Wilton Lins. Gols: Cartões amarelos: Flávio Caça-Rato, Leandro Souza, Eduardo Arroz, Branquinho (SC); Rircardo Pursino, Cleber, Fernando Pires, Paulo César, Lenílson (C); Ricardo Pursino (C) Público: 25.274 Renda: R$ 227.538,00