Se a matemática (ainda) não sacramentou o rebaixamento do Náutico, o futebol mostrado pelo time já é de Série C. Sem mostrar mais forças para uma nova tentativa de reação no campeonato, os alvirrubros ficaram no empate por 0 a 0 com Juventude, no estádio Anfredo Jaconi, em Caxias do Sul, num jogo onde o placar foi nota. Para os dois times.
E se em outras situações, o resultado poderia se encarado como positivo, no atual cenário timbu, é quase a pá de cal definitiva para o rebaixamento. Com apenas 28 pontos, o time está a oito do Figueirense, 16º colocado, mas pode encerrar a 32ª rodada a 10 pontos do primeiro fora do G4. O que obriga o Náutico a vencer as seis partidas restantes. Algo impossível com o futebol apresentado.
Primeiro tempo
Sem tempo para trabalhar o time, o técnico Roberto Fernandes optou por manter a base derrotada para o ABC, na última sexta-feira. Assim, as únicas novidades foram o retorno do atacante Dico, com Bruno Mota atuando como referência na área na vaga de William, e a presença de Léo na lateral-direita. O jogador que havia disputado apenas duas partidas nesta Série B. A última contra o Criciúma, no dia 29 de julho, ainda pelo primeiro turno.
Dessa forma, sabendo da necessidade de vitória também por parte do Juventude(que vinha de quatro derrotas seguidas), pelo menos no papel, a intenção de Roberto Fernandes era ter uma maior posse de bola e qualidade na saída para o ataque, em velocidade. Porém, nada disso aconteceu. Após os cinco minutos iniciais, quando conseguiu adiantar a marcação e impor certa pressão sobre os donos da casa, o Náutico foi um time extremamente limitado no primeiro tempo.
Em grande parte porque, mais uma vez, o time se mostrou lento na saída para o ataque, com pouca movimentação dos homens de frente e inspiração dos responsáveis por pensar as jogadas ofensivas. No caso, Giovanni e Bruno Mota. Assim, quando tinha a posse de bola, o Náutico se limitava a trocar passes sem objetividade até errar.
No entanto, do outro lado, o cenário não era muito melhor. Também apresentando um futebol pobre, de erros de passe e falta de criatividade, o Juventude não conseguiu ameaçar a meta de Jefferson. Não conseguindo passar pelo sistema defensivo alvirrubro, apoiando mais na vontade do que no encaixe. Dessa forma, diante de um primeiro tempo lamentável, nenhum lance ofensivo, de parte a parte, foi digno de registro, com o único chute a gol sendo dado já aos 36 minutos, pelo meia Wallacer, sem direção.
Segundo tempo
Apesar da apresentação sofrível, nenhum dos dois técnico promoveu mudanças para a etapa final. E como futebol não é mágica, o nível da apresentação das duas equipes não melhorou, com muitos chutões, erros de passe e trombadas. Apesar disso, aos cinco minutos, o Náutico conseguiu dar o seu primeiro chute em gol no jogo, com Bruno Mota.
Aos oito minutos, finalmente Roberto Fernandes perdeu a paciência e tentou algo novo, com Renan Paulino entrando na vaga de Diego Miranda. No lance seguinte, o time até conseguiu uma boa triangulação, mas Rafinha estava impedido ao fazer o gol. Porém, a mudança. de fato, deu uma leve melhora na equipe alvirrubra, que passou pelo menos a ficar com um pouco mais tempo com a bola nos pés.
Porém, passou longe de ser suficiente para voltar com os três pontos e a esperança renovada de Caxias do Sul. A Série C está a cada rodada mais ao alcance do Timbu.
Ficha do jogo
Juventude 0
Matheus Cavichiolli; Bruno Ribeiro, Micael, Maurício e Bruno Collaço; Mateus Santana, Bruninho, Felipe Lima e Wallacer (Juninho); Ramon (Yago) e Tiago Marques (João Paulo). Técnico: Márcio Angonese (técnico interino)
Náutico 0
Jefferson; Léo, Breno Calixto, Aislan e Ávila; Amaral, Diego Miranda (Renan Paulino) e Giovanni (William); Dico, Bruno Mota e Rafinha (Leilson). Técnico: Roberto Fernandes.
Local: Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS)
Horário: 18h15 (de Brasília)
Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Assistentes: Celso Luiz da Silva e Marcus Vinicius Gomes (ambos de MG)
Cartões amarelos: Bruninho, Bruno Colaço (J), Diego Miranda, Ávila, Dico (N)