Apesar da situação crítica, esperava-se o Náutico um pouco mais organizado em relação às partidas anteriores, até pelas presenças de Maylson e Anselmo em campo. Desde o início da partida, porém, o sistema defensivo mostrou-se desajustado. Até para afastar uma bola da área, era um sufoco. Com a partida desenvolvendo-se quase que totalmente no campo de ataque do Figueirense, o gol alvinegro era esperado.
Aconteceu aos 11 minutos. Méritos do Figueirense, mas com uma grande colaboração timbu, que deixou o lateral Dudu avançar pela direita e cruzar rasteiro. Uma bola sem tanta rapidez, simples de afastar, teoricamente. Mas que acabou passando incólume pela área, em parte por erro do goleiro Jefferson, que esperava o corte e posicionou-se errado. Quando saltou, não alcançou a bola e a viu chegar aos pés de Jorge Henrique, na segunda trave, livre para mandar para as redes.
Não houve sinal claro de reação do lado alvirrubro. O time continuou retraído. Tanto que só foi perturbar o goleiro Thiago Rodrigues aos 29 minutos, com Erick aproveitando o rebote numa finalização de Anselmo, que desviou na zaga. O camisa 1 alvinegro espalmou. O lance poderia até aumentar um pouco da confiança timbu, mas não deu tempo. Dois minutos depois, o Figueirense ampliou a sua vantagem com um golaço de Robinho, que acertou o ângulo do goleiro Jefferson num belo chute de fora da área.
Vantagem que poderia ter sido ampliada ainda mais no primeiro tempo. Com a derrota desenhada, o Náutico saiu para o jogo e deixou espaços para o Figueirense contra-atacar. Luidy perdeu uma excelente chance aos 38 minutos, após partir do seu campo para aproveitar um lançamento em profundidade. A configuração da partida fez o técnico Waldemar promover duas substituições antes mesmo do intervalo. Entraram Joazi e Alison nos lugares de David e Cal Rodrigues, respectivamente.
Segundo tempo
Qualquer possibilidade de reação do Náutico foi dissolvida aos quatro minutos do segundo tempo, quando o volante Darlan recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Assim, o segundo tempo foi praticamente todo disputado no lado defensivo do Náutico. Pouquíssimas vezes a bola cruzou a linha de meio de campo dominada por alguém do clube pernambucano. A prioridade alvirrubra era nítica: evitar uma goleada.
Os jogadores do Figueirense passaram a trocar passes, muitos passes, buscando chegar perto da área timbu. Sem tanta volúpia, até porque a partida estava decidida. O excesso de toques fez o time desperdiçar algumas oportunidades, como aos 21 minutos. Após um “corte seco” no marcador, Robinho ficou frente a frente com Jefferson. Poderia ter chutado, mas preferiu tocar para trás, na área. Jogada não aproveitada.
Mas o terceiro gol era questão de tempo. E ele saiu aos 28 minutos, após um excelente lançamento de Robinho, destaque do time alvinegro. O passe desmontou a já fragilizada defesa timbu e deixou Henan cara a cara com o goleiro do Náutico. Ele chutou cruzado e fez 3 a 0.
Com o jogo mais do que resolvido, o técnico Márcio Goiano, do Figueira, retirou de campo os seus dois principais atletas, Jorge Henrique e Robinho. O time catarinense seguiu no ritmo do toque de pé em pé até o fim, com direito a “olé” a partir dos 42 minutos.
Ficha técnica
Figueirense
Tiago Rodrigues; Dudu, Leandro Almeida, Bruno Alves e Iago (Julinho); Zé Antônio, Dudu Vieira, Jorge Henrique (Renan Mota) e Robinho (Clebson); Luidy e Henan. Técnico: Márcio Goiano.
Náutico
Jefferson; David (Joazi), Tiago Alves, Nirley e Manoel; Darlan, Rodrigo Souza (João Ananias), Cal Rodrigues (Alison) e Maylson; Erick e Anselmo. Técnico: Waldemar Lemos
Estádio: Orlando Scarpelli (Florianópolis). Árbitro: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (RJ). Assistentes: Wendel de Paiva Gouveia (RJ) e Thiago Rosa de Oliveira (RJ). Gols: Jorge Henrique (11’ do 1ºT), Robinho (31’ do 1ºT) e Hernan (28’ do 2ºT). Cartões amarelos: Maylson e Darlan (N). Cartão vermelho: Darlan (4’ do 2ºT). Público: 3.735. Renda: R$ 78.840,00.