Náutico se complica, empata em 2 a 2 com Central e chega ao quinto jogo seguido sem vitória

A torcida do Náutico depositou na figura de Lisca a esperança de tempos melhores. Longe do clube desde maio do ano passado, o técnico teve uma recepção digna de ídolo assim que entrou no gramado da Arena Pernambuco neste domingo. O time alvirrubro mostrou uma sensível evolução tática, mas voltou a oscilar. Empatou em 2 a 2 com o Central e agora amarga a lanterna do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano, sem vencer há seis jogos seguidos somando o Nordestão. A três rodadas do fim desta fase da competição, a situação do Timbu tornou-se complicada. O treinador não subiu em alambrado. Foi quieto no banco de reservas. Ao apito final, deixou o campo numa discrição longe daquele folclórico personagem que ele mesmo construiu.

A volta de Lisca não foi capaz de reunir a torcida em bom número na Arena. Embora tenha comandado apenas um treino com o grupo antes do duelo com a Patativa, a reestreia do treinador, porém, deu ao Náutico um mínimo de padrão de jogo. Tirando proveito do excesso de falhas na recomposição do adversário, ressalte-se, o Timbu conseguiu, pelo menos, construir jogadas com bem mais facilidade que nos dois clássicos passados com o Santa Cruz, sob o comando de Moacir Júnior. O Timbu, por outro lado, seguia oscilante. Caia de produção de repente e a partida tornava-se equilibrada. Mais maduro taticamente, o time de Caruaru chegava a ameaçar os alvirrubros com certa frequência no primeiro tempo, sobretudo nas investidas do lateral esquerdo Madona - a principal válvula de escape dos visitantes para o ataque.

Com apenas uma vitória no estadual, outra partida sem ganhar não interessaria ao Náutico. De cara, logo aos dois minutos do segundo tempo, foi o Alvinegro que abriu o placar. A defesa alvirrubra deixou o atacante Fabiano sem marcação. Meio sem jeito, o grandalhão fez 1 a 0. Contudo, não houve abatimento por parte dos alvirrubros. Bastaram cinco minutos para o Timbu deixar tudo igual com Renato.

A virada também veio logo em seguida. E teve o dedo de Lisca. O comandante foi corajoso. Arriscou-se quando viu que o empate não levaria o seu time a canto algum. Acionou Josimar, desguarneceu o meio-campo e ficou com três atacantes em campo. O atacante, que havia acabado de entrar e sequer tinha ainda tocado na bola, foi servido após uma falta, chutou de primeira e deixou o Timbu em vantagem. Os mandantes começaram até a ficar mais soltos. Num lance pontual da Patativa na etapa final, porém, veio o golpe. Júlio César acabou aceitando um chute de Candinho: empate em 2 a 2.

O gol centralino deixou os jogadores do Náutico visivelmente mais nervosos. A defesa quase entregou dois gols para o adversário depois de falhas na saída de bola. A torcida começava a cobrar mais insicivamente. O tempo passava e os caruaruenses voltaram a igualar as ações. Nos minutos finais, os comandados de Lisca partiram para cima. Bem mais na base da vontade. A mínima organização tática mostrada no primeiro tempo inexistiu. A disposição dos atletas não foi suficiente para conseguiur outra virada no jogo.

Náutico 2
Júlio César; Guilherme, Elivelton, Diego Silva e Gaston; João Ananias, Fillipe Soutto, Helder Ribeiro (Josimar) e Bruno Alves; Patrick Vieira (Jefferson Nem) e Renato (João Paulo). Técnico: Lisca.

Central 2
Beto (Murilo); Fabinho, André Lima, Éverton (Sinval) e Madona; Nathan, Sóstenes (Jaílton), Jucemar Gaúcho e Thiago Laranjeira; Candinho e Fabiano. Técnico:Laelson Lima.

Estádio: Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata). Árbitra: Ana Karina Marques Valentim (PE). Assistentes: Fernanda Colombo (PE) e Karla Renata Cavalcanti de Santana (PE). Gols: Fabiano (2' do 2T, Central); Renato (7' do 2T, Náutico); Josimar (11' do 2T, Náutico) e Candinho (24' do 2T, Central). Cartões amarelos: Thiago Laranjeira, Fabiano e André Lima (Central); Renato (Náutico). Público: 4.383. Renda: R$ 100.520.