Apesar dos esforços do Superesportes, não houve debate entre os candidatos, mas nessa matéria os rubro-negros podem conhecer melhor as ideias das duas chapas
Os rubro-negros vivem, hoje, a véspera de uma eleição que pode ser uma das mais acirradas do clube. Encabeçando as duas chapas, dois personagens marcantes da história do Sport Club do Recife. Ex-presidentes com um passado marcante na Ilha do Retiro. Aliados no último bate-chapa. E que mantiveram, quando se referiam um ao outro, um respeito inabalável, incomum a outras disputas presidenciais. Neste domingo, o Superesportes traz um resumo das propostas de cada um dos candidatos para cinco aspectos fundamentais para o futuro do clube: a arena, o departamento de futebol, o marketing, os sócios e a composição do Conselho Deliberativo. Um “debate” indireto, que mostra um pouco do pensamento das duas chapas postulantes ao executivo leonino.
ARENA Luciano Bivar Não restam dúvidas de que a construção da Arena é a principal bandeira da chapa da situação. Apesar da existência de uma cláusula de confidencialidade, estima-se que o valor total da obra gire em torno de R$ 700 milhões. A construção e o seu custo ficarão a cargo da Engevix, empresa do ramo da construção civil que tenta levantar o seu primeiro estádio. Em troca, o investidor construiria dois empresariais e um hotel na área do clube - pelo acordo, o Sport tem direito a 12% dos lucros dos empreendimentos. Além disso, a empreiteira contará com um número pré-determinado de datas para realizar eventos na Arena. Atualmente, o Sport aguarda a aprovação do projeto pelos órgãos de fiscalização. A partir daí, a previsão é de que a obra seja concluída em 35 meses.
Homero Lacerda A diferença fundamental para a ideia da chapa adversária é o meio de viabilização da Arena. A proposta é captar recursos destinados a projetos que incentivem a prática de esportes olímpicos, além de investimento próprio e de um investidor que exploraria a arena através da realização de eventos. Para tanto, o Sport estaria disposto a transformar parte do seu patrimônio num parque olímpico e até mesmo a construir uma pista de atletismo no novo estádio. Ainda não há um projeto elaborado. O candidato explica que a ideia é abrir uma licitação para a apresentação de projetos e colocar as propostas em votação para que os sócios do clube participem da decisão.
FUTEBOL Luciano Bivar O futebol não deixará de ser uma prioridade. Pelo menos, é o que garante Luciano Bivar. O candidato explica que o projeto da construção da Arena será tocado por uma comissão independente. Reconhecendo que na gestão de Gustavo Dubeux o desempenho dentro de campo ficou muito abaixo do esperado, Bivar promete mudanças no departamento. O vice-presidente de futebol terá um conselho consultivo formado por quatro pessoas que participarão dos debates, mas sem poder de decisão. Além disso, o clube contratará um diretor para cuidar das questões administrativas. O candidato da situação também já tem o seu nome para comandar o time: Sérgio Guedes.
Homero Lacerda Esta é uma das principais bandeiras da oposição. Homero Lacerda aposta em sua história como dirigente e promete montar um time vencedor. Para tanto, o candidato já adianta que acumulará a função de vice-presidente de futebol. A estrutura do departamento ainda não foi definida, mas, ao que tudo indica, deve ter dois diretores não remunerados e um “profissional”. Os contatos com com os treinadores estão em curso. Bem ao seu estilo, Homero tem viajado pelo país para entrevistar os candidatos e decidir o melhor nome.
MARKETING Luciano Bivar Apontado como um dos pontos altos da gestão de Dubeux, o departamento de marketing sofrerá poucas mudanças em caso de uma vitória da situação. Ainda assim, há algumas alterações previstas. Nos últimos dois anos, o Sport contratou os serviços de uma agência de publicidade, que manteve um executivo à disposição do clube em tempo integral. A ideia para o próximo biênio é a contratação direta de um executivo. Este profissional atenderá a quatro pilares: comercial (patrocínios), licenciamento da marca, crescimento da rede Amigos do Leão (rede de relacionamento com o sócio) e o aumento do quadro social.
Homero Lacerda O ponto central da proposta para o setor é alinhar a gestão do marketing ao plano estratégico do clube. A chapa da oposição pretende realizar um estudo de mercado para explorar a marca do clube da melhor forma possível. Outro ponto importante é a promessa de um controle mais eficiente dos royalties da marca Sport. A chapa pretende alinhar uma parceria com as torcidas organizadas. Em princípio, não existe a pretensão de uma cobrança pelo uso indireto da marca do clube. Uma das alternativas apresentadas é uma campanha de sócios específica para os integrantes das organizadas.
SÓCIOS Luciano Bivar A chapa da situação espera dar sequência a um trabalho iniciado durante o mandato de Dubeux. O clube direcionou os seus esforços na modernização do sistema e na melhoria do atendimento aos sócios. Além disso, foram estabelecidas as diretrizes da campanha de sócios. A ideia é ampliar o quadro para, pelo menos, 30 mil sócios em dois anos, oferecendo um pacote de benefícios que já foi estabelecido, mas que não será divulgado antes do início da campanha. Além disso, a situação promete melhorar o atendimento às mulheres, com serviços especiais para as rubro-negras.
Homero Lacerda A chapa da oposição defende que parte da verba para obra seja oferecida pelo próprio Sport. Para tanto, a ideia é promover uma campanha de sócios massiva. A meta é aumentar o quadro para 50 mil rubro-negros. Para alcançar o objetivo, serão lançadas ações como a criação dos Consulados do Sport pelo Brasil, onde os rubro-negros poderiam comprar os produtos licenciados e até participar de votações. Outra ideia é a realização de seminários, palestras e cursos para a formação de novas lideranças que possam participar de maneira ativa no dia a dia do clube.
CONSELHO DELIBERATIVO Luciano Bivar Um dos pontos de maior dissonância entre as chapas, o Conselho Deliberativo não deve sofrer alterações significativas no caso de uma vitória de Luciano Bivar. O candidato disse concordar com a redução do quadro de 300 para 150 sócios, além de considerar equivocada a ideia de rever com tanta brevidade uma decisão tomada em assembleia de sócios.
Homero Lacerda Crítico ferrenho da redução do Conselho Deliberativo de 300 integrantes para 150, Homero Lacerda propõe aumentar o número de conselheiros. Não para 300, mas para 600. Um dos modelos estudados é eleger 300 conselheiros para um mandato de quatro anos e, dois anos depois, eleger outros 300 para o mesmo período. Com isso, o candidato pretende fazer uma renovação a cada dois anos sem prejudicar o andamento dos projetos não concluídos. Além disso, a chapa da oposição pretende criar as Comissões Permanentes, órgãos responsáveis por fiscalizar as ações dos diversos departamentos do clube.
